O QUE ME FALTA...
- HELLEN - setembro de 1985 -
Págs. 41 - 52
A vida se repete! O que mais posso dizer?
Mas antes de discorrer sobre este capítulo, peço licença para compartilhar com vocês o que lí recentemente nas redes sociais, e que, apesar do tom jocoso, reflete a realidade,
Infelizmente, não raramente se referem as pessoas de origem negra, como - pessoas de cor.
Mas convenhamos, os negros, os morenos, os mulatos, enfim..., quando vão a praia, quando ficam envergonhados, quando sentem uma forte dor no estômago, quando possuem uma queda na pressão arterial... - continuam negros, morenos e mulatos.
Já o branco, quando vai a praia volta cor-de-rosa, quando está envergonhado fica vermelho, quando sente uma forte dor no estômago fica verde ou amarelo e quando têm uma queda na pressão arterial fica tão branco quanto a esclera dos olhos.
Então! Afinal de contas, quem são realmente as "pessoas de cor"?
Voltando ao capítulo, é triste verificarmos que o racismo persiste com força e intensidade em pleno século XXI.
Nem mesmo a Carta Magna e os textos infraconstitucionais, com as sanções neles previstas, foram capazes de irradicar este sentimento hediondo, que a única criatura de Deus dotada de razão, insiste em carregar e manifestar.
Testemunhar Hellen e Ângelo sofrerem uma das piores agressões morais e psicológicas da humanidade, atinge em cheio o coração dos leitores.
Estamos sendo navamente provocados pelo escritor - como você se sente ao ler este capítulo?
Eu me senti péssimo, com uma vontade imensa de mais uma vez ganhar vida no romance, nem que fosse brevemente, o suficiente para dar um grande murro na cara do Heinz, e revelar o verdadeiro "homem de cor".
Neste capítulo nos foi revelado o que aconteceu na relação de Anna com Jakob, infelizmente ela não teve a mesma coragem e determinação da sua filha Hellen, se sucumbindo aos mandos do seu pai.
Mas a vida lhe pregou uma peça, e lhe deu uma segunda chance, que lhe permitiu ao menos manifestar apoio a sua filha, embora se mantivesse submissa as vontades do marido.