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História da Igreja Medieval

Recomendo a todos, em especial aos católicos, que acessem o site do Padre Paulo Ricardo ( https://padrepauloricardo.org), onde encontrarão extenso material de estudos direcionados a história da Igreja Católica, em textos, vídeos e áudios. Abaixo faço o recorte da Aula 1 - O santo dos novos tempos, de um dos cursos disponibilizados (Título deste texto).


A Idade Média é o período de mil anos que vai de 476, queda do Império Romano do Ocidente, até 1453, ano da tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos e derrocada do Império Bizantino. Neste período, o pensamento cristão foi muito importante, influenciando a sociedade como um todo e lançando as bases da civilização ocidental, hoje em franca decadência.

Antes de falar do gênio de Santo Agostinho, que perpassa toda a era medieval, importa ressaltar a utilíssima divisão entre o Ocidente e o Oriente para compreender a própria história da Igreja. Ao transferir a capital do Império para Constantinopla, Constantino cria uma espécie de “estranhamento” entre os dois lados do território romano. Enquanto a parte oeste é cada vez mais marcada pela cultura romano-latina, preferindo o uso da língua latina, a parte leste é fortemente influenciada pelo helenismo e pelas culturas orientais, servindo-se do idioma grego. Além disso, na Igreja no Ocidente, o papel soberano do bispo de Roma sempre foi reconhecido sem muitas discussões, de modo que ele já exercia sua jurisdição universal sobre a Igreja desde o alvorecer da fé. A Igreja no Oriente, por outro lado, sofria com o problema do cesaropapismo, pelo qual o imperador de Constantinopla usurpava o poder pontifício, misturando desastradamente as esferas política e religiosa. A cisão no Império culmina com o cisma religioso do Oriente, em 1054, quando é criada a Igreja Ortodoxa.

Finalmente, detenhamo-nos sobre a figura de Agostinho de Hipona, cuja filosofia e teologia influenciaram toda a Idade Média. Cronologicamente, o santo pertence à Idade Antiga – nasceu em Tagaste, na África, em 13 de novembro de 354, e morreu em Hipona, em 28 de agosto de 430 –, mas sua importância para os tempos medievais é tão grande que Daniel-Rops lhe reserva o epíteto de “santo dos novos tempos” [1].

Tendo concluído seus estudos primários em Tagaste e se tornado grande orador em Cartago, Agostinho, muito mais romano que seus conterrâneos, viaja cedo para a Cidade Eterna, a fim de fazer carreira. Nessa época, ele já entrara em contato com o maniqueísmo, a religião do profeta persa Mani, que pregava o dualismo gnóstico. Até então, o único contato de Agostinho com a religião católica fora por meio de sua mãe, Mônica, e ela não conseguira trazê-lo para a fé.

Em Milão, Agostinho conhece o grande bispo e pregador Santo Ambrósio, diante de cuja oratória fica impressionado. Depois de entrar em contato com a obra “Hortênsio”, de Cícero, e com os filósofos neoplatônicos, ele abandona definitivamente o maniqueísmo e convence-se de que, mais do que aprender retórica, o que ele precisa é conhecer a Verdade. Na ocasião, ainda preso às paixões carnais que o arrastavam desde a adolescência ociosa, a narração de um tal Ponticiano fá-lo repensar a sua vida. Ele conta a Agostinho a vida de Santo Antão e fala de jovens na própria cidade de Milão que se decidiram firmemente em abandonar tudo o que tinham para servir a Deus na castidade e na vida escondida [2].

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Padre Paulo Ricardo
Enviado por SEBASTIAO em 13/06/2015
Alterado em 13/06/2015


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